28 de junho de 2008

Mário Quintana

Seiscentos e sessenta e seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas: há tempo...
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, passaram sessenta anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem-um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguia sempre, sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mário Quintana: (In: Esconderijos do tempo)



Six hundred sixty six
Life is like chores we brought in as homework.
When we realize, it is already six: there is time…
When we realize, it is already Friday...
When we realize, sixty years have passed by!
Now it is too late for us to be unapproved…
And if I were given one day, one more opportunity, I would not even look at the clock.
I would always walk straight ahead…
And would walk along throwing the useless golden shells of the hours along the way…
Mario Quintana (In: Esconderijos do tempo)
" Um bom poema é aquele que nos dá a impressão que está lendo a gente... e não a gente a ele." Mário Quintana

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