25 de abril de 2007

With time you realize:
to feel happy with someone
you need at first, don´t need him.
That person you love (or think to love)
and not even know that you exist,
decidedly is not part of your life.
Learn to love those who love you.
The secret is: don´t run after the butterflies…
take care of the garden and they will come to you.
In the long run, you will find
not the one who you was looking for,
but the one who was looking for you.
(Mário Quintana)

24 de abril de 2007

Hoje fez um lindo dia e eu não pude perder a oportunidade de sair e caminhar a esmo por Hedemora. Quase tinha esquecido como Hedemora é linda... Meu lugar preferido é Hönsan. É um lago pequeno dentro da cidade. Sentar às margens do lago é um hábito que adquiri desde que aqui cheguei pois fica muito perto da Rusbogatan onde morei. Sentar lá nas tardes quentes e ensolaradas do verão e apenas deixar os pensamentos fluírem vagabundos é uma das coisas que mais gosto de fazer. Ainda mais agora que um novo casal de cisnes veio fazer seu ninho lá.

22 de abril de 2007


Brasil!
O que é que você está fazendo?
Ficou doido cara ???
Cria juízo, que você não é mais criança.

21 de abril de 2007

Meu Mundo...

Meu mundo nunca foi redondo... Eu sempre tive muitas esquinas a dobrar, pela natureza da minha personalidade. Talvez seja essa característica que faz com que eu perca a objetividade quando o assunto é sentimento. Lembro de um desenho do pato Donald chamado Donald no País da Matemágica em que Donald faz uma faxina na sua mente. Arquivos misturados, teias de aranha, falta de critérios para armazenamento de dados. Então para entender a matemática, ele reorganiza todos os arquivos. Talvez eu deva fazer uma faxina também. Tomas diz que eu sou muito boa para jogar coisas no lixo e para deletar tudo. É claro que ele está cem porcento correto. Eu não tenho o menor apêgo a coisas materiais. Ja tive. Eu costumava guardar tudo como lembrança. Eu achava que um dia eu iria olhar para aquelas coisas todas e recordar tudo. Mas isso nunca aconteceu. Eu nunca tive "tempo" para olhar para aqueles objetos e voltar no tempo da minha memória. O que aconteceu foi que ajuntei uma quantidade significativa de quinquilharias e bugigangas que estavam ocupando o espaço que poderia ser ocupado por outras tantas. Será que sem aquelas coisas todas eu não poderia mais recordar os bons momentos? Talvez. Mas as "bugigangas" poderiam ser meu índice de lembranças. Ao tomar nas mãos aquela pequena pedra apanhada na orla de uma praia do Mar Báltico, eu teria um flashback instantâneo daquele dia. Era inverno e quase um metro de neve cobria tudo. Época mais estranha para se viajar de carro através da Suécia... Mas foi a minha primeira viagem a esta terra e minha estadia foi de apenas quinze dias. O jeito foi aproveitar da melhor forma possível. Achar uma pedra sob um metro de neve não foi fácil, mas o mérito foi de Tomas que vasculhou aquela orla congelada em busca da minha pedra da memória. Lembro de como deixei minhas pegadas na neve como se fossem as primeiras pegadas do homem na Lua. Não tenho mais essa pedra que se perdeu lá no Brasil mesmo, no meio da correria para arrumar malas e decidir o que viria junto comigo para essa nova vida. E pelo que eu pude constatar agora mesmo a pedra é mportante, mas não do ponto de vista material, mas apenas como uma referência. Eu pude voltar no tempo sem ela...

19 de abril de 2007

Tuas Palavras

Poema à Boca Fechada


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais boiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

José Saramago