23 de abril de 2008

Uma pitada de felicidade


Enfim um arzinho de primavera! Domingo fez um tempo esplêndido. Temperatura amena, sol, céu azul, pássaros cantando.
Fomos a um lugar lindo no alto de uma colina, chamado Bispbergsklack. Deixamos o carro no pé da colina e caminhamos 1800 metros de trilha até o topo. A vista era de tirar o fôlego e havia uma infinidade de passarinhos de diferentes espécies. Deitamos no chão e ficamos olhando o céu azul, ouvindo os pássaros e o som da brisa nas árvores. Desfrutamos a companhia um do outro e da natureza ao redor. O que pode ser melhor que isso? Apenas um montão de vezes "isso"...
A vida é feita de coisas simples...
Muitos não dizem "eu te amo"
e acabam deixando passar o momento...
Deixam escapar a chance de "ser" e de "fazer alguém" feliz.
Para viver feliz é preciso muito pouco...
Um olhar carinhoso, um beijo demorado...
Uma brincadeira sadia.
Basta a presença de alguém para que tudo
seja felicidade.
(Li na internet)

20 de abril de 2008

Saudades




Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida


Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,


quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,


eu sinto saudades...


Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,


de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...


Sinto saudades , da minha adolescência,


do meu colégio querido, do meu primeiro amor,


do meu segundo,do terceiro, do penúltimoe


daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...


Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,


lembrando do passado e apostando no futuro...


Sinto saudades do futuro, que se idealizado,


provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...


Sinto saudades de quem me deixou


e de quem eu deixei,de quem disse que viria


e nem apareceu;


de quem apareceu correndo,


sem me conhecer direito,


de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.


Sinto saudades dos que se foram


e de quem não me despedi direito;


daqueles que não tiveram como me dizer adeus;


de gente que passou na calçada contrária da minha vida


e que só enxerguei de vislumbre;


de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter;


de coisas que nem sei que existiram.


Sinto saudades de coisas sérias,


de coisas hilariantes,de casos, de experiências...


Sinto saudades do cachorrinho que eu NÃO tiveum dia


e que me amaria fielmente, como só os cães são capazes de fazer,


dos livros que li e que me fizeram viajar, dos discosque ouvi


e que me fizeram sonhar,das coisas que vivi e das que deixei passar,


sem curtir na totalidade.


Quantas vezes tenho vontade de encontrarnão sei o que,


não sei onde, para resgatar alguma coisaque nem sei o que é e nem onde perdi...


Vejo o mundo girando


e penso que poderia estarsentindo saudades em japonês,


em russo, em italiano, em inglês, mas que minha saudade,


por eu ter nascidono Brasil, só fala português,


embora, lá no fundo,possa ser poliglota.


Aliás, dizem que costuma-seusar sempre a língua pátria,


espontaneamente, quando estamos desesperados,


para contar dinheiro,fazer amor e declarar sentimentos fortes,


seja láem que lugar do mundo estejamos.


Eu acredito que umsimples "I miss you",


ou seja lá como possamostraduzir saudade em outra língua,


nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.


Talvez não exprima, corretamente,


a imensa faltaque sentimos de coisas ou pessoas queridas.


E é por isso que eu tenho mais saudades...


Porque encontrei uma palavrapara usar


todas as vezes em que sinto este aperto no peito,


meio nostálgico,meio gostoso,


mas que funciona melhor do que um sinal vital


quando se quer falar de vida e de sentimentos.


Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,


de que amamos muito oque tivemos


e lamentamos as coisas boas que perdemos


ao longo da nossa existência...


Sentir saudade, é sinal de que se está vivo!

Clarice Lispector

14 de abril de 2008

Quando tudo parece inútil, talvez seja...


O mundo é belo, mas a humanidade é medonha. Depois de tanto tempo neste mundo, a humanidade deveria ter aprendido com os erros e evoluído para melhor. Mas o que se vê? um planeta retalhado em milhares de partes, cada uma com seu próprio deus, sua própria verdade, e um arsenal de armas para conquistar e destruir. O amor deixou de ser universal e incondicional. Pode-se ter feito o bem milhares de vezes, mas basta um pequeno erro, e tudo que se fez de bom é esquecido, anulado. E os golpes mais duros, as feridas mais dolorosas, vem justamente daqueles a quem se ama e a quem só se fez o bem. Eu acredito no fim do mundo. Não num fim como muitos esperavam fosse acontecer à meia-noite de 31 de dezembro de 1999, mas num fim progressivo, indetectável, da humanidade. Se eu não acreditasse em Deus, aquele que criou tudo e todos, eu diria que a humanidade é apenas uma colônia de parasitas. Por que é que os seres humanos se acham tão especiais? Porque ainda não se deram conta de nada. Ainda têm uma mentalidade pequena e tacanha, baseada em valores como cor da pele, sexo, idade. Hoje em dia se cultua tanto o corpo, quando o corpo é o que se degrada primeiro e mais rápido (o que são 20 ou 25 anos na escala universal?). "Ter" é mais importante do que "ser".
Escolhi a foto acima para este post porque acho que assim também são os humanos, apenas observando e esperando para se banquetear com a desgraça alheia. Será que sou pessimista? O que aconteceu com o amor, respeito, bondade, lealdade, altruísmo?
Eu sempre quis saber o que aconteceu com esta criança, cuja desgraça foi eternizada nesta foto.
Não é ódio nem raiva contra a humanidade o que me motivou a escrever este post hoje, é antes de tudo um sentimento de desesperança, de tristeza. A situação da humanidade é como um trem desgovernado e cheio de explosivos. Difícil de evitar a degraça.

5 de abril de 2008

O dinheiro não compra


O Dinheiro

Ele pode comprar uma casa,
mas não um lar.
Ele pode comprar uma cama,
mas não o sono.
Ele pode comprar um relógio,
mas não o tempo.
Ele pode comprar um livro,
mas não o conhecimento.
Ele pode comprar um título,
mas não o respeito.
Ele pode comprar um médico,
mas não saúde.
Ele pode comprar sangue,
mas não a vida.
Ele pode comprar sexo,
mas não amor.



Eu acrescento que o dinheiro compra bajuladores, mas não amigos. O dinheiro compra ilusões... a ilusão de ser bonita, a ilusão de ser amado, a ilusão de ser poderoso, mas ninguém leva um tostão desta vida quando morre. Os faraós do antigo Egito sepultavam seus escravos e seus tesouros junto de si e em quatro mil anos eles nunca gastaram no outro mundo , uma moeda sequer de suas riquezas, que já foram saqueadas e pilhadas há muito tempo. O dinheiro é importante, mas não é o mais importante. Aqueles que acham que podem comprar tudo, é que são os comprados.

3 de abril de 2008

Eu também..., Mário Quintana

POEMINHO DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Mario Quintana


Eu também passarinho. Enquanto todos passam e ferem, eu passarinho. Enquanto todos passam e ignoram, eu passarinho. Assim sou eu também.

2 de abril de 2008

Cisnes e cervos





Nunca antes eu tinha visto tantos cisnes e cervos. Parece que o inverno mais ameno possibilitou a sobrevivência destes lindos animais. Na semana retrasada quando passeávamos de carro pelos arredores, vimos doze cervos, pelo menos uma centena de cisnes, muitos gansos do Canadá e uma ave que aqui eles chamam de träna, sobre a qual vou pesquisar um pouco. Quem tirou as fotos foi Tomas porque minha câmera não é lá essas coisas para tirar fotos com zoom. No último domingo, vimos dezenove cervos como esses da foto, e também uma centena de cisnes. Em algumas semanas vamos tentar fotografar outros animais. Não vai ser fácil, mas valerá a pena se conseguirmos tirar fotos de raposas, esquilos e lebres. Ver os animais na natureza é bom pra gente não esquecer que não somos os únicos inquilinos do planeta Terra. Os animais e o verde são o sal da terra, sem eles nada tem sabor.

1 de abril de 2008

Os lobos internos - The wolves within


                                                Os lobos internos

Um velho avô, disse ao seu neto que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça.

_Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio por aqueles que fizeram mal, sem nenhum arrependimento pelo que fizeram.
Todavia, o ódio corrói você mas não fere o seu inimigo. É como tomar veneno desejando que o seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra este sentimento.

E continuou:
_É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não causa nenhum mal. Ele vive em harmonia com todos ao seu redor e não se ofende quando não houve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isso, e do jeito certo.

_Mas o outro lobo, ah! este é cheio de raiva. Mesmo as menores coisas o lançam num acesso de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não consegue pensar, porque sua ira e seu ódio são muito grandes. É difícil de conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.

O garoto olhou atentamente nos olhos do avô e perguntou:

_Qual deles vence, vovô?

O avô disse solenemente:

_Aquele a quem eu alimento!
The wolves within

An old grandfather, whose grandson came to him with anger at a schoolmate who had done him an injustice, said:

_Let me tell you a story. I too, at times, have felt a great hate for those that have taken so much, with no sorrow for that they do. But hate wears you down, and does not hurt your enemy. It is like taking poison and wishing your enemy would die. I have struggled with these feelings many times.

He continued:
_It is as if there are two wolves inside me, one is good and does no harm. He lives in harmony with all around him and does not take offence when no offence was intended. He will only fight when it is right to do so, and in the right way.

_But the other wolf, ah! He is full of anger. The littlest thing set him into a fit of temper. He fights everyone, all the time, for no reason. He cannot think because his anger and hate are so great. It is hard to live with these two wolves inside me, for both of them try to dominate my spirit.

The boy looked intently into his grandfather eyes and asked:

_Which one wins, grandfather?

The grandfather solemnly said:
_ The one I feed!


O mundo está cheio de lobos desvairados de ódio. Se sabemos o que é certo e errado, porque persistimos em fazer o errado? Será o ódio mais poderoso que o amor? Acho que ser "bom" é trabalhoso e as pessoas em geral preferem se deixar levar pelo que é mais fácil. É como se deixar levar por um rio, ainda que este termine num precipício, por preguiça de lutar contra a correnteza.